Descubra os critérios usados por profissionais para avaliar uma obra de arte

Por Arremate Arte |
07 de fevereiro de 2020 | Atualizado em: 22 de fevereiro de 2023

A maioria das pessoas olha uma obra de arte, e imediatamente sabe dizer se gostou ou não. Só que para o mercado, isso não é exatamente uma avaliação. Organizadores de leilão, marchands, colecionadores e investidores olham para obras de arte de um outro jeito: com uma visão profissional.

Talvez você pense que, para desenvolver essa mesma habilidade, você precise fazer um curso sobre história da arte ou passar muito tempo debruçado sobre a trajetória de cada artista… Mas a verdade é que basta levar alguns critérios chave em consideração, e você vai estar melhor preparado do que 90% das pessoas para avaliar uma obra.

É disso que nós vamos falar neste artigo.

1. Quem é o artista?

Assim como em toda profissão, alguns artistas se destacam mais do que outros. Principalmente a lei da oferta e da procura vai fazer com que alguns sejam mais valorizados pelo mercado, influenciando diretamente o preço de suas obras.

Os artistas tornam-se renomados, e consequentemente mais procurados, por fatores como: Museus e acervos nas quais suas obras estão presentes; Galeria que o(a) representa; Críticas profissionais escritas sobre suas criações; Formação técnica, professores e artistas com que convive(u); Personalidades e famosos possuidores de exemplares; entre outros.

2. A técnica

Considerando que outros critérios permaneçam constantes (como o artista), uma pintura a óleo sobre tela tem o maior valor comercial. A tinta a óleo por conta da sua riqueza de cores, e a tela pela sua adaptabilidade.

A valorização por técnica segue uma tabela pré-estabelecida:

Em linhas gerais, uma têmpera é avaliada a menos da metade de uma pintura a óleo com características semelhantes, enquanto uma aquarela equivaleria a um quarto, e um desenho aproximadamente um décimo.

No caso das esculturas, é preciso observar a tiragem, a fundição, e o valor do próprio material usado como base (por exemplo: se a escultura foi feita em mármore ou metal).

3. A fase do artista

Cada artista passa por uma série de fases em sua vida criativa, com diferentes tipos de produções e resultados comerciais.

Usando as obras de Van Gogh como exemplo, nota-se que:

A melhor fase de um artista não se define por ordem cronológica. Para alguns artistas, seu período mais criativo e inovador acontece na juventude. Para outros, o auge vem com a maturidade.

4. O histórico da obra

Se participou de alguma exposição importante, se foi publicada em algum catálogo importante, se pertenceu a algum museu ou colecionador importante, se algum crítico de renome escreveu sobre a obra… Por onde passou e por quem foi citada são fatores fundamentais na valorização de uma obra.

5. A raridade

Quantas obras desse artista ou desse período estão disponíveis no mercado?  Os trabalhos mais raros geralmente são os mais procurados por galeristas ou museus, o que eleva seu preço no mercado.

6. O estado de conservação

Chega a ser óbvio, mas é sempre bom lembrar que quanto melhor conservada a obra, mais valor ela terá. Aqui deve ser levado em consideração se a peça já passou por algum restauro e quanto da obra original ainda está presente.

7. A existência de um certificado de autenticidade

Existe uma série de obras de arte que vêm diretamente dos artistas, mas sem certificados de autenticidade. Especialmente quando estamos falando de obras de artistas que não estão mais vivos, um documento como esse afasta a possibilidade ser uma réplica.

8. Assinatura

A assinatura é como a impressão digital! Alguns trabalhos não são assinados, e isso pode minar sua valorização no mercado. Nesse caso, para não serem vendidas como obras atribuídas, torna-se ainda mais necessária a existência de um atestado ou certificado de autenticidade assinado pelo(a) artista, representante oficial ou por especialistas.

9. Dimensões

Algumas pessoas que vão ao Louvre ficam surpresos ao perceber que, em se tratando de dimensões, a Mona Lisa (a pintura mais famosa do mundo) é pequena. Pois bem… As dimensões de uma obra de arte podem muitas vezes influenciar a valorização de uma obra de arte, mas esse certamente não é o critério principal. 

Por fim, por mais que tenhamos aberto esse texto dizendo que a avaliação técnica deve ir além do “gostar” ou “não gostar”, sempre é importante você levar para casa aquilo que lhe agradar, que despertar sentimentos.

É inegável que tanto A Noite Estrelada (de Van Gogh) quanto A Onda (de Hokusai) são obras primas, embora completamente diferentes entre si. Uma é uma explosão de cor, com as marcas do pincel criando relevos na tela; enquanto a outra traz linhas retas e bem ordenadas. Se você tivesse que levar uma para casa, seu gosto pessoal faria toda a diferença.

Acontece que agora você tem uma série de critérios para levar em consideração ALÉM disso.

Bons arremates.

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